CORACÃO DO CORAÇÃO
Não tenho mais o mesmo coração.
Foi, pouco a pouco, perdendo os músculos.
Músculos do embate, da resiliência,
Do espírito atrelado as agruras dos dias,
Das verdades absolutas, dos antagonismos.
As leis que o regia foram esmaecendo pelo tempo.
Não sei como sobreviveu.
Hoje sou como um rio que após a enchente
Corre placidamente, mesmo em curvas sinuosas.
No coração do coração há agora ouvidos moucos,
Uma boca cingida e olhos complacentes
Sem necessidade de ser baluarte das verdades.
Sinal dos tempos, da longevidade?
Não sei, mas sei que não sabia
O que sei agora.
Sem arrependimentos, só reflexão!
Haromax