A poesia, como num encanto,
Saiu a vaguear pelos tempos…
Foi só, levando apenas
Um alforge de rimas
E um dicionário de liberdades.
Pousou sobre almas de
Soldados em guerra
Cônegos beatificados
Jovens apaixonados
Mães enciumadas
Heróis clamorosos
Eruditos de plantão.
Mares bravios
O por do sol
O luar de prata
A eterna paixão, o amor
E suas infindáveis nuances
Foram suas provocações.
Bêbados dormiram nas mesas
Sóbrios verteram lágrimas
Loucos quebraram regras.
A poesia foi O Corvo, de Alan Poe
Sonetos, de Shakespeare
Os Lusíadas, de Camões
A Tabacaria, de Pessoa
Vaidade, de Florbela
De Drumond, No meio do Caminho
Vinicius, espalhou seu canto.
Assim vagueou a poesia
Por incontáveis poetas
Desde antes dos
Salmos de Davi.
Em cada coração que aportou
Deixou seu encanto.
Inspirou quem escreveu
Alentou quem leu.
"Batatinha quando nasce
Espalha a rama pelo chão"...
Dos corações!
haromax