A infelicidade veio sentar-se ao meu lado.
Sem convite, trazia estampado no rosto
Marcas de um sorriso soslaio, ufanado.
Não sorri, não chorei, mas senti o gosto
Dos amargos sentimentos dos dias passados.
Lacônico, resoluto, enfrentei a realidade
Desses dias que me pesam muitas agruras
Me contendo num lampejo de sanidade.
Pois se tenho motivos pra essas amarguras,
Mais motivos tenho pra viver a felicidade.
Fechei os olhos, respirei fundo, resignado.
O corpo reage pelo que brota vindo da mente.
Gritei alto num silêncio ruidoso, determinado:
Que vá a infelicidade as favas! cri, eloqüentemente.
Abri os olhos, a felicidade estava ao meu lado.
Passado essa situação, no mínimo inusitada,
Nesse poetar fantasioso um tanto quanto,
Sabendo que a vida é renhida, intricada,
Digo: estando infeliz, não se deve cair em pranto;
Mas teimar, embirrar… em estar feliz na jornada!
Haromax