Que incríveis histórias meu avô contava!
Calavam-se os ventos e o silêncio dominava,
O entardecer e a noite vizinha não se ouvia,
Só as incríveis histórias que meu avó dizia.
As assombrações saiam das escuridões,
A onça parda rugia nas colinas dos paredões,
As enchentes dos rios arrastavam os casebres,
E pela toca fugia, sob o rio, a esperta lebre.
Os meus olhos na sua credulidade se alargavam,
Os pés nas sandálias de couro entorpeciam,
O rosto suava frio e eu não respirava.
Foi-se os anos e meu avô, com ele as histórias.
Hoje, comemoro ter sobrevivido como vitória,
Das incríveis estórias que meu avô contava.
Haromax