Quando vermes tiverem nos apodrecendo
Em algum ataúde preso e abafado
Essa nossa corruptível e frágil carcaça,
Não haveremos de maldizer em desgraça,
Pois nesse túnel imprensado e sem luz
Não haverá vida, nem lembranças,
Apenas escuridão e talvez uma cruz!
Somos todos candidatos a esse destino,
Não haverá perguntas nem desatinos,
Chegando a hora, a convocação,
Somente, talvez, uma última oração.
Pois se alguém escolhe o próximo da vez
Não aceita procurador nem procuração,
Incontestável certeza da nossa pequenez!
Os anos, meses e dias da nossa existência,
Diz algo verdadeiro além da sobrevivência,
Já que das profundezas reverbera,
Que a vida, o que nos une, o que nos separa,
Não nos pertence, mas sim ao universo.
Somos somente viajantes em espera
De respostas, do nosso ser controverso!
Sem respostas a essas dúvidas milenares
Diante de tantas religiões, pouco exemplares,
Olhemos para os lados, nossos acompanhantes,
Essas gentes que vivem no mesmo instante,
Merecem, merecemos, o dom do perdão.
Pois perdoando a nos e aos semelhantes
Conquistaremos a condição de irmão!
Dos valores que compõem nossa van filosofia
Com tantos roteiros, manuais de guia,
Que malfadadas crenças nos propõe a crer,
Restam valores maiores que devem prevalecer:
O amor ao próximo, o perdão e a caridade.
E sabendo que tanta gente não faz por merecer;
Nos olhemos no espelho e tenhamos piedade!
Haromax