Ja faz tempo que me procuro
Como uma folha que corre e voa
A vaguear insana atrás do vento.
Já faz tempo que não me acho
Como uma formiga andarilha
Na multidão de iguais não se encontra.
Já faz tempo que não me ouço
Como não escuta uma pedra inerte
O soluço rouco de um trovão.
Nessa carestia de sentimentos
De desencontros do meu ser
Sobra lágrimas incorrigíveis
De alguém que não se vê.
Nessa busca que não se finda
Como uma corrente de muitos dias
Repetindo em cada elo que passa
Mais do mesmo em tristes melodias.
Findar-se-á um dia, talvez,
Essas indagações que me tem,
E encontrando a resposta;
Desistir de mim, de vez!

Haromax