Minha rua onde fui menino!
Está lá sem existir de fato
Sem seus cheiros, suas cores
Suas cercas, muros caídos
Que desnudavam quintais e varais.
Minha rua onde fui menino!
Na tangência do destino
Me alcança nos pensamentos
Num rebuscar nostálgico
Ao meu sonhar soturno.
Quantos anos! é passado!
As brincadeiras e rodadas
Com muitos amigos idos...
Já não estão mais comigo
Levados pelos tempos
Em outros firmamentos
Talvez ainda sonhem
Sair por aí correndo
No ocaso dos nossos anos.
Minha rua onde fui menino!
Já não tem as mesmas casas
Nem as gentes que me assustavam
Nem cheiro de pão assado
Nem cadeiras na calçada
Nem sarjeta de tapiocanga.
Minha rua o de fui menino!
Já não tem mais quintais de mangas
Nem o galo madrugador
O mudinho com seu machado
Assombrando meus medos
Também é antigamente.
Minha rua onde fui menino!
Já não tem mais a luz de outrora
Com lâmpadas de tomate
Hoje sua claridade transcende
Ofusca meus olhos...
Que lacrimejam...
No crepúsculo da saudade!
Haromax