Se minha sombra falasse,
Talvez, não quisesse minha companhia,
Pois perambulando pelos dias vivo
Escorrendo pelos lados sem desvencilhar
Dos arroubos e armadilhas.
Sendo toda mudez do mundo
As vezes um chocalho andarilho,
A alma mumificada, sem magia,
Muitas tristezas, menos alegrias.
Pobre de ti, diria um passante cruzando a sobra,
Não há carne, nem ossos no seu caminhar,
Nem um assopro de vida,
Não há flores na sua lapela
Nem luz nos olhos, nem quem te espera.
Caprichosa sombra mal assombrada,
Quando cresses se agiganta, logo diminui-se,
E evapora na escuridão.
Pra que viestes me acompanhar?
Porque não para pra deixar-me ir?
Ir aonde? uma voz diria:
Sendo tudo uma coisa só
Não poder dizer;
Para bem distante da sua companhia!
Haromax