Onde vais, alma inquieta, se
Rebuscar nos vales, nas montanhas de dor?
Buscar sentido para suas inquietações, que
Jogadas na poeira da estrada entorpeceram?
Amamentar seus sentimentos guardados?
Tens a carga corrompida, és de fato um fardo
Transpondo desertos e tempos...
És um alforge de vida, incrustada de sol e mar,
Empalidecida, crônica e destemperada.
Caminhas trôpega e desdenhosa
Nos teatros das recordações infindas.
Haverás de achar uma sombra em algum lugar,
Uma praia espumosa e tranquila,
Um porto que aconchegue sua quilha
Carcomida pelo sal das existências.
Não por que mereces
Mas porque a natureza nua prevalecerá;
E na simbiose de tudo
Serão apenas um.
Haromax