Esvoaça de mim minha alma
Desprende-se do meu tabernaculo ser inglório,
E libertada, se espraia pela vastidão dos tempos
Com seus óleos santos e olhares de soslaio.
Atrevida pecadora, tanto quanto o totem que a ostenta,
Teimosa, rebuscando na dor e na podridão da carne
O todo e o tudo de todos os tempos,
Trazendo à minha mente desalmada
As chamas ardentes do destino, que vai-se...
O tempo!... esse insano devorador de gente,
Redemoinhos de pensamentos, formas e
Contornos existenciais
de impurezas e pecados,
Vagueando e se afogando em verdades hipócritas.
Aquela sensação fantasmagórica de me
Ver e não sentir, de sentir e não me ver,
Em dormência de alma e corpo que engabela a vida.
Serei eu uma alma meio vazia ou meio cheia?
Pois tudo é, foi ou será ilusão, e
Em meu particular devaneio de verdades e desejos,
Repetem-se, como um badalar de sinos loucos
O tilintar das correntes que me prendem
Em sensações de liberdade e perdição.
E do futuro que não sei, balbucio gutural
Onde meu corpo e minha alma são irmãos siameses,
De destino tão certo, quanto incerto é o tempo que me resta.
E, Já destinada a hora da inevitável rutura
Será como um espinho desentravado da carne doente, e
Livre, eternamente livre desse corpo inóspito, ensaio de sal,
Poder viver etericamente ate sempre, e
Enfim, transmudado, encontrar comigo mesmo!
Haromax