O meu silêncio, é de uma preciosidade estrema,
Me é aconchego diário de introspecção quase divina,
É alimento no qual me inspiro pra suportar os dias,
É onde me prendo em cadeias, e também me alforrio.
Meu silêncio é interior, vem das minhas múltiplas profundezas
Onde não chega as palmas das minhas mãos, não o toco
Mas o sinto e sei que existe, esta lá a me espreitar
Nas curvas da existência e nas noites mal dormidas.
Meu silêncio é um velho contador de histórias,
É uma criança que brinca ao sol.. é luar... é temporal.
Meu silêncio é amor e discórdia entre meus tantos mundos,
Uma babel de sentimentos e divagações contraditórias.
O silêncio que me habita, é luz do sol que entra pela janela,
É livro de páginas brancas a espera da minha sensibilidade.
É sinônimo de vida e morte, onde vivo e morro a cada segundo
Em movimentos e rachaduras d'alma, uma aluvião de motivos
Também messiânicos, porém, sem a pretenção de ser didático.
As vezes, tenho pena de mim e me pergunto se as noites e os dias
Devem ser realmente assim, tão cruelmente silenciosos,
E não sendo meu benfeitor, ao contrário, transformo as
Algazarras do mundo em que vivo, em silêncios...
Silêncios de lâminas afiadas, de gritos,
Pensamentos de tudo e outros silêncios.
Meu silêncio são pérolas de divagações , são poesias...
Poesias de tudo que vivi e senti: das minhas verdades e mentiras
Dos amores e desamores, das culpas e tudo mais que um bom
Silêncio tenha propiciado ao meu coraçao silencioso.
Que me venham os anos, que esperarei para no final,
Meu silêncio, alforriado, livre...
Possa voar pelo universo e pouse suavemente...
Nos silenciosos tempos da eternidade!
Haromax