Viverei meus dias últimos
Como um reles vil ermitão
Introspectivo comigo mesmo
Em profunda conformação.
Vendo a luz da vida se apagar
Com meus olhos já cansados
Rebusco por dentro, devagar...
Sentimentos guardados.
Serei de mim mesmo juiz
Em julgamentos diários
Refletindo pecados que fiz
Em meus dias ordinários.
Serei também complacente
Pois sei que o bem pratiquei
Que aceitei de muita gente
Pecados que não pequei.
Não serei hipócrita agora
Vendo o fim não tão longe
Pois chegada a certeira hora
Querer viver como um monge.
Aos poucos amigos que tive
Levarei, certeza, a saudade
Deixando razões que motive
Só lembranças de bondade.
Chegara por certo o momento
Que possa a pesada carga arriar
Deixar esse vale de tormentos
Partir... pra nunca mais voltar!
Haromax