Hei de cumprir meus dias de impreterível sina
Que em solidão de alma venho vivendo,
E no ranger da minha pesada carga convertendo,
Os desejos de silêncio da minha boca felina.
Meu silêncio é porta fechada, trancas de amargura,
É desejo que nasce na dor da minha alma reprimida,
É fragor da vida envolta em iras, de paixões embebida,
No cambiar, entre morrer agora ou calar em tortura.
E na poesia entoo reclamos desta vida tão sofrida,
E se a dor do silêncio é solidão que arde na vida
Se os ais me calam na garganta carcomida, fala
Também o silêncio que vem de dentro, extrovertido,
E que no seu calar eloqüente, seja ouvido
E na mudez da sua dor... compreendido!
Haromax