É farto o intangível que caminha ao meu lado:
É como um espectro de luz que ofusca meu carma,
É pródigo e suspira como um rufar de cachoeiras,
É prolixo e devaneia como nos contos de fábulas.
Oh! desejos de loucas utopias sonhadas
Que buscam no insano do éter do impossível,
Transmudar, ao paupérrimo ser sanguíneo mortal
O ultimo alento... o sofismar às lamurias sofridas.
Venha me injetar da sua devaneadora anestesia
E dopa meu ser, cujos sonhos são como alimentos,
Venha e lapida minha alma de ferro fundido encarnada,
E decora com sua efígie de luz, meus sonhos guardados.
Busca em minhas entranhas as razões pra viver,
Venha e alcance minha vazia alma peregrina, e
E me dê o ar da graça do infinito da imaginação
E promova as fantasias dos sonhos pra realidade.
Permita meu coração, invadido e ocupado pelo vazio,
Ser apropriado pelos ares da divina beleza das utopias...
E como fole incandescente me derreta por inteiro,
Me moldando, e desformado, possa vislumbrar a realidade.
Sim, meus sonhos e visões são estrelas fulgurantes,
Que clarificam, iluminam minhas estradas combalidas,
São hálitos perfumados da brisa dos jardins do paraíso,
Sonhados, plantados e regados pelas fantasias.
Assim, poderei morrer a noite deitado ao relento, e
Contemplar nas auréolas infinitas do universo,
A pequenez do meu ser invadido pelo intangível, poder
Devanear... e me sentir alforriado de mente, corpo e alma!
Haromax